A luta por representatividade é uma batalha cotidiana para grupos historicamente marginalizados, sobretudo, as mulheres. A vereadora Damires Rinarlly é um exemplo inspirador. Ela é a primeira mulher vereadora e lésbica eleita para o legislativo de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.
A parlamentar é destaque por sua dedicação em defesa dos direitos humanos e contra a discriminação e preconceito em relação às pessoas LGBTQIA+, as mulheres vítimas de violência, as pessoas com deficiência, contra os maus tratos com animais e por uma política de meio ambiente mais sustentável.
Em função de sua trajetória política e suas bandeiras de luta, desde 2020, quando foi eleita, a parlamentar já recebeu dezenas de ameaças de morte. Também foram realizadas, em diversas ocasiões durante o exercício do mandato, campanhas de difamação nas redes sociais por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, do partido Liberal (PL) contra a vereadora.
Na entrevista para o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH/MG), Damires relata as repercussões dessas violências no âmbito pessoal e profissional, além da importância das mulheres nos espaços de poder. Para ela, as mulheres na política é um caminhar necessário, assim como a participação dos homens neste processo.
“Nós mulheres votamos uma vida inteira nos homens e a gente precisa também que os homens reconheçam a vida pública e política das mulheres para se sentirem representados também”, ressalta a vereadora.
O PPDDH-MG acompanha o caso da vereadora desde a sua inclusão no programa, em 2021. Entre as principais ações de proteção estão: acompanhamento jurídico e articulação com órgãos de segurança pública, ações de visibilidade – live nas redes sociais com outras parlamentares que sofrem com a violência política de gênero e entrevista – além de outras medidas de segurança.
As ameaças de morte direcionadas à vereadora demonstram o quão arraigados estão a cultura machista e patriarcal na qual se encontram preconceitos e as resistências à diversidade em nosso país. É um triste reflexo de uma parcela da população que ainda se mantém intolerante e incapaz de aceitar a pluralidade de identidades e orientações sexuais que compõem a sociedade brasileira.
No caso de Damires Rinarlly, sua identidade como mulher e como lésbica a colocou em uma posição ainda mais vulnerável diante do ódio propagado por pessoas extremistas e preconceituosas.
Veja a entrevista completa abaixo: