Pular para o conteúdo

Nova presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais assume com o compromisso de defender direitos humanos e comunidades marginalizadas

Jornalista Lina Rocha toma posse como presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais / Foto: Leandro Couri

No último dia 23 (sexta-feira), a jornalista Lina Rocha assumiu a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), em solenidade de posse que também marcou a entrada da nova diretoria. Lina Rocha substituirá a jornalista Alessandra Mello, que esteve à frente do sindicato por dois mandatos.

Além da posse da nova diretoria do SJPMG, a cerimônia também marcou a entrada em vigor da nova diretoria da Casa do Jornalista, um espaço multifuncional que entra em nova fase de representatividade e articulação em prol dos interesses da classe jornalística em Minas Gerais.

Eleição da nova diretoria do Sindicato e da Casa do Jornalista / Foto: Leandro Couri

Presidenta: Lina Rocha

Vice-presidente: Eduardo Motta

Diretoria-Executiva: Rafael Werkema, Esley Antunes, Marcelo Freitas, Ivan Drummond, Iracema Amaral, Pablo Matta Machado, Paola Tavares Paes, Bruno Mateus, Breno de Araújo, Márcia Bueno, Alessandra Mello, Jayme Costa

Diretoria Setorial: Rogério Hilário, Maura Eustáquia

Diretoria Regional: Eloá Magalhães, Anderson Pereira, Letícia França, Piter Miranda

Conselheiros/as: Brenda Marques, Débora Junqueira, Carlos Plácido, Iraê Torido, Sandra Mara, Amélia Gomes

Saiba mais: http://www.sjpmg.org.br/2023/05/jornalistas-de-minas-tem-nova-diretoria-eleita/

O mandato de Lina Rocha será de três anos, abrangendo o período de 2023 a 2026. A expectativa é que sua gestão seja marcada pela defesa incansável dos direitos humanos, pela promoção da diversidade, a exigência do diploma obrigatório para o exercício do jornalismo profissional e pelo enfrentamento dos desafios impostos a profissão. Em seu discurso de posse, Lina Rocha ressaltou que a nova gestão terá como missão atuar em parceria com os movimentos de luta e comunidades marginalizadas.

“O Sindicato é uma entidade plural, contemporânea e que acompanha a evolução dos tempos e com a missão de acolher todas as pautas de luta com a defesa dos direitos humanos, com a proteção da população LGBTQIA+, a defesa dos povos indígenas, dos movimentos negros, das universidades públicas, do serviço público, do movimento feminista, dos movimentos de preservação do meio ambiente, entre tantos outros,” destacou Lina Rocha.

O fortalecimento da profissão de jornalista será um dos principais desafios enfrentados pela nova presidenta do SJPMG. Em um momento em que a imprensa enfrenta constantes ameaças e ataques, o Sindicato terá a responsabilidade de proteger e promover a liberdade de expressão, além de garantir condições adequadas de trabalho para os comunicadores e jornalistas.

Jornalista Alessandra Mello discursa sobre sobre os mandatos anteriores como presidenta do SJPMG Foto: Leandro Couri

Durante a cerimônia, a jornalista Alessandra Mello também destacou os desafios enfrentados durante seus mandatos anteriores, como a pandemia da COVID-19, os desmontes promovidos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e agradeceu aos jornalistas e demais parceiros do Sindicato durante as ações de resistência contra a tentativa de retirada de direitos dos profissionais da imprensa.

Jornalista do Instituto DH, Pablo Abranches e a nova presidenta do SJPMG, Lina Rocha / Foto: Instituto DH

O jornalista Pablo Abranches, representou o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH/MG) e o Instituto DH, na solenidade de posse. A ideia foi reforçar junto à nova presidenta a importância do trabalho conjunto entre organizações da sociedade civil e os profissionais comunicadores na defesa dos direitos humanos e na construção de uma política de proteção em relação à jornalistas ameaçados em função de sua atuação profissional. Vale ressaltar que segundo levantamento da Unesco, os assassinatos de jornalistas registraram um aumento de 50% em 2022, com 86 mortos. No Brasil, foram registradas, também em 2022, três jornalistas assassinados de acordo com o mesmo levantamento.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, sob nova direção, se compromete a lutar por uma imprensa livre e comprometida com a verdade, atuando como um importante pilar da democracia e dos direitos fundamentais no estado.

Assessoria Comunicação Instituto DH

Governo publica Decreto que institui GT sobre o Plano Nacional de Proteção a DDHs

Foi publicado no Diário Oficial da União o decreto DECRETO Nº 11.562, DE 13 DE JUNHO DE 2023. O decreto institui o Grupo de Trabalho Sales Pimenta, que será responsável pela elaboração de proposta do Plano Nacional de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e ambientalistas  (PPDDH), e elaborar uma proposta de anteprojeto de lei sobre a Política Nacional de Proteção a DDHs.

O Grupo de Trabalho, criado no âmbito do Ministério dos Direitos Humanos, é fruto de demanda histórica da sociedade civil. O decreto nº 6044 de 2007, que criou o PPDDH, delimitou o prazo de 90 dias para criação do plano nacional, o que nunca ocorreu. Sentença do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de 2022, determinou ao governo que criasse o plano nacional de proteção. Desde então, o Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, formado por 48 organizações e movimentos sociais e organizações da sociedade civil, tem feito diversas reuniões e incidências perante o governo federal para a criação do GT.

epresentantes do Comitê Brasileiro DDH se reuniram com Ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania, em maio. Na ocasião, cobraram publicação do Decreto. Crédito: Clarice Castro/ MHDC

O grupo de trabalho será paritário, composto por 10 representantes da sociedade civil e 10 membros do poder executivo federal. Gabriel Sales Pimenta, que dá nome ao grupo de trabalho, foi um advogado de trabalhadoras e trabalhadores rurais e defensor de direitos humanos assassinado a tiros em Marabá em 1992. Em 2002, o estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos pela impunidade dos responsáveis pelo homicídio.

A construção de um plano nacional de proteção a defensoras e defensores de direitos humanos e do anteprojeto de lei sobre a política nacional de proteção são medidas fundamentais para aprimorar a política pública em busca de efetivamente garantir a proteção e enfrentamento das causas que estruturam essas violências.

Reprodução: Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores Direitos Humanos (https://comiteddh.org.br/)

Na linha de frente: violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil (2019 a 2022)

Defender direitos humanos no Brasil é caso de polícia, de justiça e, em muitas vezes, de vida ou morte. A cada mês, em média, 3 pessoas defensoras de direitos são assassinadas no país.

É isso o que revela o estudo Na Linha de Frente: violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil, produzido pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global.

Por meio da análise de notícias, casos assessorados pelas organizações e cruzamento de demais relatórios, a pesquisa identificou violências direcionadas a defensoras e defensores de direitos humanos entre aos anos de 2019 e 2022.

Ao todo foram identificados 1171 casos de violência. O dado é alarmante e aponta que estas pessoas ou coletivos foram alvo de deslegitimação, criminalização, agressões, ameaças e até assassinatos pelas lutas que travam em defesa de seus direitos e territórios.

Na linha de Frente mostra a real a situação enfrentada por quem defende direitos e causas ligadas à terra, ao meio ambiente, à moradia, à educação, à saúde e contra o racismo, o sexismo, homofobia, transfobia, entre outros ao longo do governo de Jair Bolsonaro (2019 a 2022).

Além disso, o estudo traz um olhar sobre caminhos possíveis de enfrentamento e superação da violência que ameaça o livre exercício da defesa de direitos. Baixe o estudo no link abaixo.

Reprodução: www.terradedireitos.org.br

Defensoria Pública da União visita defensores e comunidade tradicional em parceria com o PPDDH/MG

Entre os dias 30 de maio e 1º de junho, a Defensoria Pública da União (DPU), representada pelo defensor regional de direitos humanos, João Márcio Simões, visitou em parceria com a equipe técnica do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH/MG), defensores e comunidade tradicional atendidos pelo Programa. O Instituto DH é a entidade responsável pela execução da política pública em Minas Gerais.

As visitas possibilitaram conhecer mais de perto a realidade dos defensores e comunidade tradicional em situação de vulnerabilidade. A presença do representante da DPU abre um canal direto de comunicação in loco visando ampliar os espaços institucionais das instâncias do judiciário nos quais os cidadãos, em roda de conversa, podem falar abertamente sobre suas demandas.

VISITA AO ACAMPAMENTO ARCO-ÍRIS

Visita ao Acampamento Arco-íris / Foto: Instituto DH

A primeira visita foi realizada no dia 30/05 (terça), no acampamento Arco-íris, no município de Gurinhatã, Triângulo Mineiro. As defensoras e defensores do Arco-íris vivem há 13 anos às margens da rodovia MG 461, faixa de domínio do DER-MG em frente à Fazenda Jacuba/Arco-íris. As lideranças incluídas no PPDDH/MG são Eliane Teófilo, Marçal Ferreira e Valdeci Duarte. 

Os acampados vivem em moradias improvisadas e sofrem ameaças de jagunços que recebem ordens para intimidá-los a sair da área de domínio. Os assentados reivindicam a desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária, já que a propriedade não cumpre a sua função social. A comunidade é atendida pelo DRDH/MG, através de processo de assistência jurídico (PAJ) coletivo com o ajuizamento de Ação Civil Pública (ACP) em parceria com a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPEMG).

VISITA AO ACAMPAMENTO BEIRA RIO

Visita ao Acampamento Beira Rio / Foto: Instituto DH

No dia 31/05 (quarta), as equipes estiveram no acampamento Beira Rio, em Fronteira. Por lá, encontra-se Rosa Marta, liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) também incluída no PPDDH/MG. A inclusão foi motivada em função das ameaças e intimidações, tendo em vista sua atuação pelos direitos das famílias do acampamento.

Após ouvir as necessidades, como encaminhamento da visita, o PPDDH/MG fará o acionamento das instituições de segurança pública e da prefeitura para fortalecer os serviços públicos prestados aos moradores.

VISITA À COMUNIDADE QUILOMBOLA SERRINHA

Visita à Comunidade Quilombola Serrinha / Foto: Instituto DH

No dia seguinte, dia 01/06 (quinta), as equipes visitaram a comunidade quilombola Serrinha, em Frutal. A inclusão da liderança quilombola, Rosicler Francisca, foi motivada pelo mesmo modo operandi do acampamento Arco-íris, uma vez que a defensora e a comunidade sofrem intimidações e violências de fazendeiros e jagunços para desapropriação dos seus respectivos territórios.

Desde 2020, a comunidade quilombola Serrinha também é assistida pelo DRDH/MG, por meio do processo de assistência jurídico (PAJ) coletivo com o ajuizamento de Ação Civil Pública (ACP) em parceria com a DPEMG.

PARCERIA PPDDH/MG E DPU

Em 2017, foram realizadas visitas conjuntas a comunidades quilombolas e comunidades tradicionais do Vale de Jequitinhonha e, no ano de 2019, a comunidades indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais do Norte de Minas, na região do Rio São Francisco.

As comunidades tradicionais e rurais indicadas pelo PPDDH/MG têm ou já tiveram defensores de direitos humanos acompanhados pelo programa, vivem em situação de ameaças constantes e violências, têm acesso precário aos serviços e benefícios das políticas públicas, além de serem marcadas por situações de violações de direitos e de conflitos.

Sobre a visita, o defensor regional de direitos humanos, João Simões, comentou:

“A observação direta do ambiente e o percurso até a comunidade também ampliam a visão do observador acerca dos problemas e obstáculos que os comunitários enfrentam no cotidiano”, conclui.

Com

Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União

Morre Vera Victer, esposa do deputado e ex-prefeito de BH Patrus Ananias

Psicóloga e professora foi Secretária Municipal de Desenvolvimento Social de Belo Horizonte e desenvolveu projetos voltados à criança e ao adolescente
Nota da Diretoria do Instituto DH

Morreu, na manhã desta quarta-feira (7/6), a psicóloga, professora e militante dos direitos sociais Vera Victer. Ex-secretária municipal de Desenvolvimento Social em BH, ela também era casada com o ex-prefeito da capital mineira e deputado federal Patrus Ananias (PT-MG). Era, ainda, mãe do vereador de Belo Horizonte Pedro Patrus (PT). Vera tinha 69 anos e lutava há 10 contra um câncer no útero, que evoluiu para metástase, comprometendo o intestino. O velório será no Funeral House (avenida Afonso Pena, 2158 – bairro Funcionários), das 15h às 19h desta quarta. 

Vera Victer se graduou em psicologia no Instituto Unificado Paulista, entre 1972 e 1977. Também conquistou a pós-graduação em educação na UFMG entre 1980 e 1981. Depois, se especializou como professora de ensino superior na PUC Minas, entre 1983 e 1984. 

Ao longo da carreira, além de dar aulas na PUC Minas em diferentes períodos, foi secretária municipal de Assistência Social de BH entre 1997 e 1999, durante a administração do ex-prefeito Célio de Castro (PSB). Também lecionou na Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (FJP), no Instituto Santo Inácio, no Centro Brasileiro de Educação Pré-Escolar (Cepebe) e em dois colégios estaduais.

Pelas redes sociais, políticos ligados à esquerda lamentaram a morte de Vera Victer. Colega de Patrus na bancada petista na Câmara, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) gravou um vídeo. “Uma militante, assistente social, um exemplo de vida para todos nós. Então, que o Patrus tenha força. Vamos lembrar da Verinha sempre como uma militante do PT, muito aguerrida e que a gente gostava muito”, afirmou. 

A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) também lamentou a perda. “Vera foi uma grande mulher, professora, psicóloga e com um trabalho na área social de referência. Nossa solidariedade ao Patrus, ao Pedro Patrus e todos os familiares. Vera Victer Presente!”, escreveu no Twitter.

Colegas de Pedro Patrus na Câmara de BH também postaram homenagens. “Com profunda tristeza recebo a notícia de que Vera Victer fez sua passagem. Lutadora incansável, referência das políticas de assistência social”, escreveu a vereadora Cida Falabella (Psol). “Vera foi uma referência histórica na luta pela assistência social como um direito social e política pública”, publicou o também vereador Bruno Pedralva (PT).

Reprodução Texto: Jornal O Tempo (otempo.com.br/política)

Reportagem: Gabriel Ronan

Nova coordenação do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH-Brasil) é eleita em Brasília

Realizado nos dias 1º e 2 de junho, o evento contou com a representação de 20 estados do país.
Participantes do XX Encontro Nacional do Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH) Foto: Instituto DH

A nova coordenação do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH-Brasil) foi eleita durante o XX Encontro Nacional do MNDH-Brasil, que ocorreu nos dias 1º e 2 de junho de 2023, em Brasília. O Instituto DH, filiada ao MNDH-Brasil há mais de uma década, foi representado pelo jornalista do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH/MG), Pablo Abranches. Ao todo, o evento contou com representantes de 20 estados brasileiros.

Foto Instituto DH

Realizado de forma híbrida, com parte presencial no Centro Cultural Missionário e parte virtual na plataforma Meet, o objetivo foi identificar os desafios e as frentes de atuação que serão coordenadas pela nova gestão. Também foi feita a atualização do Documento Institucional e a cerimônia de posse dos integrantes do Conselho Nacional, eleitos para representar os estados.

direita para esquerda: Elisety Veiga Maia (PA), Maria Ribeiro (MA), Paulo César Carbonari (RS) e Mônica de Alkimim (RJ). /Foto: Instituto DH

A coordenação que estará à frente do MNDH nos próximos três anos é composta por Mônica de Alkimim (RJ) como coordenadora-geral, Paulo César Carbonari (RS) como coordenador de formação, Elisety Veiga Maia (PA) como coordenadora de organização e Maria Ribeiro (MA) como coordenadora de cooperação. Em Minas Gerais, destaca-se a necessidade de maior articulação para a eleição da Conselheiro/a Estadual.

Professor e ex-reitor da UnB, José Geraldo de Sousa / Foto: Instituto DH

Além das atividades mencionadas, o encontro contou com a mesa de abertura composta pelo professor e ex-reitor da UnB, José Geraldo de Sousa. Ele afirmou que a luta pelos direitos humanos será contínua, uma vez que é necessário humanizar a todos nós enquanto sociedade, abandonando uma mentalidade que discrimina pessoas em categorias nas quais as minorias e os mais vulneráveis não se encontram. “A luta pelos direitos humanos é, na verdade, a luta para que os humanos se humanizem”, destacou o professor.

SOBRE O MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

O MNDH é uma mobilização na sociedade civil, sem fins lucrativos, estabelecida em 1982. A razão primordial de sua criação, como um movimento popular, no contexto nacional brasileiro, foi em resposta a violações sistemáticas dos direitos fundamentais necessários para alcançar a dignidade humana, tanto por parte de entidades públicas quanto privadas, amparadas na impunidade. A estrutura organizativa do movimento estabelece atuação das entidades filiadas, entre elas, o Instituto DH – no âmbito das articulações estaduais, e a Direção Nacional.

Instituto DH participa do 2º Encontro Nacional Proteção Popular de Defensores/as de Direitos Humanos

A entidade é parceira da execução do projeto Sementes em Minas Gerais e realiza ações conjuntas com o PPDDH/MG

Representantes do Instituto DH participaram entre os dias 30 de maio e 01 de junho de 2023 do 2º Encontro Nacional Proteção Popular de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, realizado em Brasília. O objetivo foi qualificar os processos de implementação da Proteção Popular e aprofundar o engajamento das organizações para a realização das ações do projeto nos estados.

Para fortalecer as atividades por todo o País, foram realizadas quatro mesas de discussões como forma de subsidiar as defensoras e defensores na atuação local. As mesas foram:

A entidade é parceira na execução do projeto Sementes em Minas Gerais e realiza ações conjuntas com o PPDDH/MG
Participante de organizações que integram o Sementes fala em plenária / Foto: Instituto DH

Mesa 1 – Desafios da Realidade para a Proteção Popular: análise sociopolítica da conjuntura atual

Mesa 2 – Organização e Atuação em Rede: fortalecimento da organização popular e ação coletiva

Mesa 3 – Metodologia de Ação Protetiva Popular: construção do plano de ação protetiva

Mesa 4 – Atuação na Proteção Popular – Acumulados, Compromissos e Possibilidades: proposta de proteção popular no contexto das organizações e intercâmbio entre os participantes.

O Projeto Sementes de Proteção de Defensores/as de Direitos Humanos é uma iniciativa da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), do Movimento Nacional de Diretos Humanos (MNDH), da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e da We World GVC Onlus. O Sementes de projeto é um projeto apresentado em edital e aprovado pela União Europeia que é seu co-financiador.  Em Minas Gerais, a parceria se dá com o Instituto DH – Pesquisa, Promoção e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania. 

AUDIÊNCIA PÚBLICA DISCUTE A PROTEÇÃO DE DEFENSORAS E DEFENSORES

Técnico de Comunicação Social, jornalista do PPDDH/MG, no Seminário na Câmara dos Deputados, em Brasília/DF / Foto: Instituto DH

Na quinta-feira (1/06), os ativistas e defensores, como parte da programação do Encontro, estiveram no Seminário “Proteção das Defensoras e Defensores das políticas de respeito aos Direitos Humanos no Brasil”, realizado pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, em Brasília. O Instituto DH esteve representado pelo jornalista Pablo Abranches, que compõe a equipe técnica do PPDDH/MG.

deputado federal Luiz Couto (PT-PB) / Foto: Zeca Ribeiro, Câmara dos Deputados /

A reunião, liderada pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), um dos responsáveis por solicitar a realização do seminário, disse que a audiência representou um momento significativo de diálogo acerca da urgência de se criar uma legislação efetiva para proteção de coletivos e indivíduos que constantemente enfrentam ameaças, criminalização e morte devido à sua luta pelos direitos humanos em suas comunidades e territórios.

A entidade é parceira da execução do projeto Sementes em Minas Gerais e realiza ações conjuntas do PPDDH/MG
Paulo César Carbonari, Projeto Sementes e MNDH – Foto: Zeca Ribeiro, Câmara dos Deputados

O coordenador do projeto Sementes de Proteção e representante do Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH), Paulo Carbonari, disse que proteger defensoras e defensores dos direitos humanos é uma forma de assegurar a democracia e, por isso, tem que ser uma política de Estado. “A gente acredita e entende que os direitos humanos se realizam com o compromisso das instituições, com as convenções e os tratados”, afirmou.

Participaram também da audiência pública, a Secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas; Juma Xipaia; o representante da Fundação Nacional dos Povos Indígenas; Hélcio Eustáquio Rizzi; o Diretor-Executivo da ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, Athayde Motta; a representante da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Maria da Conceição e outras autoridades da sociedade civil e do poder público.

O ponto alto dos debates foi a reconhecimento que os conflitos agrários estão entre as principais causas de morte de defensores de direitos humanos no País. A representante do Ministério do Desenvolvimento Agrária, Andressa Lewandoviski, afirmou que as disputas agrárias geram muitas mortes no campo e a pasta está empenhada em fortalecer políticas que garantam a regularização fundiária e a titulação das terras para diminuir os conflitos.

Segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), publicado em 2022, ao todo foram 553 ocorrências de conflitos no campo, que vitimaram 1065 pessoas, 50% a mais do que registrado em 2021. Os dados incluem assassinato, tentativa de assassinato, ameaças, agressões, tortura e prisões, sendo as comunidades e povos tradicionais as principais vítimas.

As mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillps, no Vale do Javari, no Amazonas, integram a estatísticas trágica dos conflitos agrários de 2022.

Avaliação do Encontro de Proteção Popular as Defensores e Defensores de Direitos Humanos / Foto: Instituto DH/MG

Com Agência Câmara de Notícias/Projeto Sementes de Proteção