Trabalhadores rurais do acampamento Arco-íris sofrem ação violenta de fazendeiro em Gurinhatã, no Triângulo Mineiro

Famílias do acampanhamento são surpreendidas com o ataque. PM chega para intermediar o conflito. Fotos: enviadas por representantes do acampamento Arco-íris

Trabalhadores rurais e moradores do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) no Acampamento Arco-íris, localizado às margens da rodovia MG-461, em Gurinhatã, no Triângulo Mineiro, MG, sofreram investida violenta por parte do proprietário da Fazenda Córrego da Jacuba/Arco Íris. O acirramento do conflito se deu na última sexta-feira (27/08) quando tiveram toda a infraestrutura de ligação de água potável para o acampamento vandalizada pelo funcionário da propriedade.

Mangueiras cortadas / Fonte: fotos enviadas pelos representantes do acampamento
Mangueiras cortadas / Fonte: enviadas pelos representantes do acampamento

Segundo os moradores, a ação deliberada de cortar as mangueiras que levam água até a caixa d’água teve como objetivo expulsá-los do local e inviabilizar o acampamento, numa clara tentativa de intimidação. Além disso, duas moradias também foram derrubadas. A ordem teria partido, de acordo com o funcionário da fazenda, do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG), que solicitou a reintegração de posse da faixa de domínio.

O Programa de Proteção de Defensores dos Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH-MG) que acompanha o caso desde 2020 foi acionado para intermediar o conflito, uma vez que o nível de tensão entre o proprietário da fazenda e moradores aumentou consideravelmente neste final de semana. Eles temem a invasão e outras ações violentas por parte de grileiros e jagunços contratados nos próximos dias se as autoridades não tomarem providências mais urgentes.

Representantes do acampamento registraram Boletim de Ocorrência / Fonte: fotos enviadas pelos representantes do acampamento

A Polícia Militar da região foi acionada e representantes do acampamento Arco-íris registraram boletim de ocorrência do fato. A equipe do PPDDH-MG e o advogado Augusto de Souza, da coordenação da Brigada Jurídica do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de Minas Gerais (MTST-MG) também acompanham todo o conflito e assessoram juridicamente a comunidade.

POR DENTRO DO CONFLITO

Acampamento Arco-íris / Fonte: fotos enviadas pelos representantes do acampamento

Há 13 anos, cerca de 30 famílias, quase 80 pessoas residem no acampamento Arco-íris. Em julho de 2019, o juiz da 2ª Vara Cível de Ituiutaba, Minas Gerais, decidiu pela suspensão do despejo das famílias dos trabalhadores rurais sem-terra, pertencentes ao acampamento. A decisão foi válida até julho de 2020, porém, com a pandemia da Covid-19, houve recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que suspende o cumprimento de despejos, além de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de ação cautelar com efeito vinculante a todos os órgãos da administração pública que determina a suspensão de todos as remoções forçadas de ocupações coletivas urbanas e rurais consolidadas antes de 20 de março de 2020.

A Fazenda da Jacuba/Arco Íris, de propriedade da FLE Empreendimentos Ltda, de Belo Horizonte foi vistoriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e teve seu processo de desapropriação por interesse social para reforma agrária arquivado em março de 2021. A decisão foi arquivado porque o INCRA não fez a desapropriação no tempo correto e o decreto “venceu”.

Acampamento Arco-íris / Fonte: fotos enviadas pelos representantes do acampamento

Desde então, os trabalhadores rurais residentes no Acampamento Arco-íris, na faixa de domínio extensão de segurança entre a rodovia e a propriedade rural – vivem acuados com medo de serem despejados do local. A notícia de que o DEER teria autorizado a reintegração de posse surpreendeu a todos, principalmente, a equipe jurídica que atende a comunidade, tendo em vista que somente a justiça pode autorizar a reintegração de posse.

Assessoria de Comunicação PPDDH-MG (31/08/2021)

Diretoria do Instituto DH participa de reunião ampliada do Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH-MG)

Foi realizada na manhã de segunda-feira (02/08) a reunião ampliada entre a equipe técnica do PPDDH-MG com a diretoria do Instituto DH, entidade responsável pela execução do programa de proteção.

A iniciativa da coordenadora geral do PPDDH/MG, Maria Emília Silva, que também integra a diretoria da entidade, teve como intuito promover o encontro de integração junto com os novos colaboradores para alinhamento institucional com os objetivos do programa.

Na ocasião, participou também o representante da Subsecretaria de Direitos Humanos, gestor do termo de colaboração de execução do PPDDH/MG, o administrador Itamar Melgaço.

Abaixo a relação de todos os participantes e seus respectivas formações e atribuições:

Equipe Técnica PPDDH-MG

  • Ana Maria Santos – assistente social e técnica social do PPDDH/MG;
  • Ana Raquel Âmbar – assistente social e técnica social do PPDDH/MG;
  • Clarice Imbuzeiro – assistente social e técnica social do PPDDH/MG;
  • Daniela Rodrigues – assistente administrativa do PPDDH/MG;
  • Elenir Braga – assistente social e coordenadora adjunta do PPDDH/MG;
  • Lucas Araújo – advogado do PPDDH-MG;
  • Maria Emília – diretora Instituto DH, advogada e coordenadora geral do PPDDH/MG;
  • Gleisiane Pereira – administradora e gestora financeira do PPDDH/MG;
  • Pablo Abranches – jornalista e analista de comunicação do PPDDH/MG;
  • Thays Costa – psicóloga do PPDDH/MG;
  • Ronaldo Costa – apoio administrativo do PPDDH-MG.

Diretoria do Instituto DH:

  • Aline Pacheco – psicóloga e coordenadora do PPCAAM/MG;
  • Isabela Lima – psicóloga e secretária do Instituto DH;
  • Maria Emília – advogada e coordenadora geral do PPDDH/MG;
  • Vanessa Barros – diretora do Instituto DH, psicóloga, prof. aposentada UFMG;

PPDDH: ação formativa sobre a Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas é realizada em Diamantina

 

Foto: Ricardo Maciel | SES-MG

 

Na última quinta-feira (05/03), integrante da equipe de Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH/MG), com o apoio da Diretoria de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Estado de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE/MG), realizou uma palestra, em Diamantina, como parte de uma ação formativa sobre a Política Estadual de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas.

O evento foi realizado no auditório da Regional de Saúde de Diamantina e contou com a participação de profissionais que atuam na Rede de Atenção Primária à Saúde, nos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), na rede intersetorial e nos hospitais dos municípios da área de abrangência da regional.

Na ocasião, os participantes foram orientados sobre a política antimanicomial baseada nos princípios da reforma psiquiátrica. “Através de um projeto de minha autoria, em conjunto com Coordenação Estadual de Saúde Mental, está sendo possível promover esse diálogo nas regionais de saúde do estado, com foco especial nas comunidades quilombolas, que possuem um modo próprio de viver e de se organizar. Dessa forma, estamos conseguindo desmistificar e aproximar o serviço de saúde mental, como o CAPS AD, dessas comunidades”, relatou a psicóloga Janaína Dornas, que faz parte da equipe técnica do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH/MG).

Edna Moreira Reis, referência técnica em saúde mental da Regional de Saúde de Diamantina, destacou a importância do evento. “A presença da Janaína, neste contexto, veio a contribuir para reforçar as diretrizes estabelecidas na política estadual de saúde metal, que prevê que o cuidado deve ocorrer nos serviços públicos de saúde de caráter aberto, comunitário e em liberdade”, destacou

Roda de Conversa em Comunidade Quilombola do Baú

Foto: Instituto DH

Além do encontro realizado em Diamantina, na quarta-feira (04/03), uma roda de conversa foi realizada e reforçou o tema para a população da Comunidade Tradicional Quilombola do Baú, zona rural do município de Araçuaí.

“Para a nossa comunidade foi de suma importância esse momento, especialmente pela aproximação com o serviço de saúde e o amparo que nunca soubemos como buscar. Uma das principais problemáticas na comunidade sempre foi o álcool, a partir desse primeiro contato já criamos expectativa de avanço na qualidade de vida das pessoas, uma vez que o enfrentamento às drogas lícitas e ilícitas é uma das nossas prioridades”, ressaltou Rosanea dos Santos, líder da Comunidade Quilombola do Baú.

Programa de proteção aos defensores de direitos humanos de Minas Gerais

O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos é executado pelo Instituto DH desde agosto de 2010. Criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República o Programa iniciou suas atividades em âmbito nacional no ano de 2004. Em Minas Gerais por meio de um convênio hoje firmado com a Secretaria de Estado de Participação Social e Cidadania o Programa atua com o objetivo de proporcionar proteção a pessoa física ou jurídica, grupo, instituição, organização ou movimento social que protege e defende os direitos humanos, e em função de sua atuação nessas atividades, encontrem-se em situação de risco, ameaça ou vulnerabilidade

Por Ricardo Maciel

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais