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Lideranças defensoras de direitos humanos impactadas pela mineração em MG participam de oficina sobre autoproteção realizada pelo Instituto DH

Foto reprodução: Frontline Defenders

Promovida pela equipe técnica do Programa de Proteção aos(às) Defensores(as) de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH/MG), lideranças impactadas pela mineração foram convidadas pelo Instituto DH e Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) para participarem de uma oficina sobre autoproteção, realizada nos dias 11 e 18 de maio de 2022 de forma virtual.

A proposta da formação teve como objetivo compartilhar e construir estratégias de autoproteção no contexto de ameaças e violação de direitos humanos que tais lideranças e defensores(as) estão sujeitas por estarem na luta pela preservação ambiental e defesa dos seus territórios.

O aumento das ações de mineração por todo o estado e os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho estão entre os principais desastres industriais, ambientais e humanitários da história brasileira. As consequências de ambos os casos, além do avanço da mineração em áreas ainda preservadas, preocupam moradores dessas localidades que são intimidadas e ameaçadas pelas empresas e seus interlocutores por defenderem seus direitos de reparação e de cuidado com o meio ambiente.

Nesse sentido, a oficina de autoproteção teve como função também possibilitar que os/as atingidos/as pudessem conhecer e compartilhar suas histórias e vivências em busca de ações de auto fortalecimento dos coletivos que atuam contra os abusos das empresas mineradoras nos territórios. Além disso, durante a formação foram traçadas estratégias de proteção e de circulação no território, tendo em vista as ameaças. A ideia é que o resultado das discussões gere uma cartilha sobre autoproteção para distribuir para outras lideranças.

A demanda pela oficina partiu do Instituto Guaicuy que assessora a região do Bacia do Paraopeba e da Represa de Três Marias, e contou ainda com a parceria da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (AEDAS) e o Instituto Nenunca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA) que também convidaram lideranças dos territórios que atuam.

Segurança digital é tema de formação para a equipe técnica do Instituto DH

Oficina de Segurança de Digital / Foto: Instituto DH/2022

O funcionamento da internet e o uso das centenas de recursos que ela oferece foi tema da Oficina de Segurança Digital realizada na última sexta-feira, 13 de maio, na sede do Instituto DH. A formação foi ministrada por profissionais da Escola de Ativismo, coletivo independente que promove ações em diferentes temáticas para o fortalecimento dos direitos humanos e da democracia. A atividade foi articulada pela equipe técnica do Programa de Proteção aos(às) Defensores(as) de Direitos Humanos (PPDDH/MG) e contou com a participação de colaboradores de outros projetos do Instituto DH.

Oficina de Segurança Digital / Foto: Instituto DH/2022

Em função da necessidade de promover mais segurança às informações dos dados que circulam no cotidiano das ações, uma vez que muitos são de caráter sigiloso, a formação teve como objetivo apresentar os princípios básicos da internet e como se dá os processos de gerenciamento de senhas e e-mails, além de outros aspectos relacionados à segurança em ligações telefônicas e em aplicativos de mensagens.

Depois de dois anos com dezenas de reuniões e oficinas virtuais no ápice da pandemia, o Instituto DH retornou às atividades presenciais sem esquecer dos cuidados necessários para a prática profissional no mundo on-line. Outro fator que culminou na escolha do tema se deve também a invasão de hackers pró-Bolsonaro na “Oficina Estadual Virtual do Projeto Sementes de Proteção: defendendo vidas”, realizada em fevereiro deste ano.

Equipe Instituto DH / Foto: Instituto DH/2022

Xacriabás recebem visita da equipe técnica do PPDDH-MG

Depois de dois anos em pandemia, a equipe técnica do Programa de Proteção aos(às) Defensores(as) de Direitos Humanos (PPDDH-MG) realizou entre os dias 02 e 04 de maio de 2022, a primeira visita de acompanhamento aos defensores indígenas Xacriabás, em São João das Missões, no norte de Minas Gerais, depois do incêndio na Escola Estadual Indígena Xukurank, da Aldeia Barreiro Preto, em junho de 2021.

O encontro teve como objetivo debater as situações de violações de direitos humanos aos indígenas incluídos no PPDDH-MG, bem como realizar o acompanhamento de rotina in loco. A reunião contou com a participação de vários Caciques das Aldeias que pertencem aos Xacriabás e demais defensores incluídos no programa.

Entre as demandas mais urgentes, os indígenas abordaram sobre a necessidade de uma audiência pública com órgãos municipais e estaduais, a ampliação do diálogo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Ministério Público (MP) de Montes Claros e, ainda, sobre a regularização do “lixão” do município que encontra-se no território indígena, assim como as ameaças de invasão que vem ocorrendo.

Também foi pauta o desgaste da relação com a prefeitura do município de São João das Missões, uma vez que as demandas nunca são atendidas, principalmente, no que refere-se as questões de saúde dos indígenas. Além disso, no que tange à prefeitura de Itacarambi, os indígenas relatam sobre os problemas de abastecimento de água, cada vez mais recorrente. Eles ressaltaram também sobre a importância do acompanhamento próximo do PPDDH-MG, que em função da pandemia, esteve distante neste período. Na ocasião, a equipe reapresentou as diretrizes de atuação do programa e pactuou como atuaremos daqui para a frente.

Por fim, entre os principais encaminhamentos, definiu-se que será realizado estudo para viabilizar a instalação de câmeras de segurança, a realização de ações de visibilidade com o intuito de divulgar as demandas da comunidade e a articulação junto ao PPDDH-MG nos órgãos de justiça e do município para atendimento às reinvindicações e para a realização da audiência pública.

ESCOLA INDÍGENA INCENDIADA

Sala da Escola Indígena incendiada – Foto: PPDDH-MG/Instituto DH

Uma das professoras indígenas, também incluída no PPDDH-MG, relatou sobre a falta de resposta sobre o incêndio à Escola Indígena Xuxurank, na aldeia Barreiro Preto. Infelizmente, o processo foi arquivado porque a Polícia Federal não conseguiu reunir provas de autoria, embora haja fortes indícios de que o incêndio foi criminoso. Em seguida, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou o arquivamento do processo no mês passado.

Sala improvisada com tabumes na Escola Estadual Indígena Xukurank, da Aldeia Barreiro Preto – Foto: PPDDH-MG/Instituto DH

Atualmente, as atividades da escola estão sendo realizadas em local improvisado. Toda estrutura está em reforma para readequação do espaço e reparos essenciais. Segundo os indígenas, são necessários mais recursos para acelerar as obras. A instituição atende mais de 100 estudantes indígenas nos três turnos de funcionamento.

REUNIÃO COM SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

Reunião com secretários municipais da prefeitura de São João das Missões, equipe PPDDH-MG e representantes indígenas / Foto: PPDDH-MG/Instituto DH

Articulada pela equipe técnica do PPDDH-MG, a reunião com as autoridades de São João das Missões contou com a presença da Secretária de Desenvolvimento Social, Denusa Sousa, o Secretário de Governo, Edvânio Ferreira, e os representantes dos indígenas e Conselheiro de Saúde, Maciel da Silva e Geovane Dourado. A proposta da reunião foi debater sobre os problemas levantados pelos Xacriabás da Aldeia Morro Vermelho na tentativa de dar mais celeridade na resolução das demandas.

Entre as principais demandas trazidas estavam os problemas relacionados a falta de repasse dos recursos da saúde, as estado das estradas, as consequências trazidas pelo “lixão” no território e a política de destinação de cestas básicas.

O QUE DISSERAM AS AUTORIDADES E INDÍGENAS

Secretário de Governo: explicou que o problema do “lixão” é antigo e que o novo projeto vai melhorar a situação, mas pontuou que as providências serão resolvidas a longo prazo e que existe a possibilidade de transferência dos resíduos para o município de Pedras de Maria da Cruz. O secretário afirmou também que realizará um levantamento sobre as questões que envolvem o “lixão” e que agendará uma reunião com os Xacriabás para repasse das ações de saúde que estão em andamento.

Secretaria de Desenvolvimento Social: afirmou que a situação de vulnerabilidade social que atinge o município é muito complexa em função da extensão do território e da problemática envolvendo o uso abusivo de álcool e outras drogas. A secretária informou também que só existe um Centro de Assistência Social (CRAS) no município e que fica localizado em território Xacriabás, o que dificulta os atendimentos.

Assim como na reunião com as lideranças, os representantes indígenas relataram a dificuldade de diálogo com a Polícia Federal e a FUNAI, além de cobrarem o retorno das reuniões integradas do Conselho de Segurança Pública que auxiliavam a comunidade.

Nota de Pesar

É com muito pesar que o Instituto DH se solidariza com a família, amigos/as e acampados/as do Acampamento Arco-íris, pelo falecimento do Sr. Adilson Divino da Silva, vítima de atropelamento às margens da Rodovia MG-461, em Gurinhatã, Triângulo Mineiro.

O defensor e trabalhador rural integrava o Movimento Luta pela Reforma Agrária e foi incluído em dezembro de 2020 no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais (PDDH-MG) por ser uma das lideranças ativas no processo de regularização fundiária para assentamento definitivo das famílias do Acampamento Arco-íris. Técnicos do PPDDH-MG viajaram imediatamente para o município para entender melhor o ocorrido e prestar solidariedade pessoalmente aos/as assentados/as.

Neste momento de profunda dor e tristeza, a equipe e coordenação do Instituto DH e PPDDH-MG reitera o total apoio aos/as defensore/as de direitos humanos do Acampamento Arco-íris e as nossas mais sinceras condolências pela partida inesperada do Sr. Adilson. Além disso, reafirmamos a parceria em busca de justiça agrária e condições dignas de trabalho e moradia para os trabalhadores rurais em todo estado de Minas Gerais. 

Descanse em Paz
ADILSON DIVINO DA SILVA

PPDDH-MG presta homenagem ao jornalista Jurandir Persichini

Hoje, 7 de abril de 2022, Dia do Jornalista, o Programa de Proteção aos Defensores(as) de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH-MG) presta homenagem ao jornalista, ambientalista e ex-metalúrgico, Jurandir Persichini da Cunha, 77 anos, pela atuação histórica e corajosa em defesa dos direitos humanos em Minas Gerais. Na última segunda-feira, 04 de abril de 2022, a equipe técnica do PPDDH foi recebida pelo defensor em seu apartamento, no bairro Sion, na capital mineira, para uma conversa de acompanhamento do seu caso.

A história de vida de Jurandir Persichini se confunde com as memórias do jornalismo mineiro e a luta pelos direitos humanos. Sua trajetória profissional tem início como metalúrgico da Usiminas na década de 60 e por lá testemunhou e sobreviveu ao “Massacre da Usiminas”. Na ocasião, cansados de serem torturados em alojamentos e cumprirem mais de 12 horas diárias de trabalho, os metalúrgicos foram recebidos com tiros de metralhadora por militares durante manifestação grevista na porta da empresa na manhã do dia 7 de outubro de 1963. Segundo as autoridades da época, oito pessoas foram mortas. O crime ocorreu às vésperas do golpe militar que veio a se concretizar após 31 de março de 1964.

Em 1967, Jurandir levou de Belo Horizonte para Ipatinga exemplares do jornal “A Verdade”, com reportagem sobre os quatro anos do massacre e por causa disso foi censurado, preso e torturado. Após ser transferido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Persichini ficou preso até abril de 1968. Em seguida, conseguiu concluir o curso de Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e continuou sua atuação em movimentos de trabalhadores sindicais e ambientais.

Depois de formado, Jurandir se consolidou no mercado profissional e se tornou referência no jornalismo mineiro. Esteve em redações de grandes jornais impressos de Belo Horizonte (Estado de Minas e Hoje em Dia) e emissoras de TV (Rede Globo e TV Alterosa), além de ter contribuído para a consolidação dos cursos de jornalismo em universidades privadas, como na Newton Paiva, instituição que também lecionou durante anos.

Na área cultural, coordenou diversos equipamentos culturais, como o Museu Abílio Barreto e o Teatro Francisco Nunes, e trabalhou próximo às grandes autoridades políticas como assessor de comunicação em secretarias de governo de diferentes linhas ideológicas. Mais recentemente, em 2013, foi membro da Comissão da Verdade em Minas e do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

Como membro da Comissão, sugeriu a apuração e reabertura das investigações de dois episódios que marcaram sua história pessoal e como jornalista: o Massacre da Usiminas, em Ipatinga, e a repressão na mina de Morro Velho, em Nova Lima. Com novas informações sobre o Massacre, o número de mortos oficialmente registrados naquela época como apenas oito, foi corrigido para 32, como demonstraram as provas testemunhais. “Foram comprados 32 caixões em Belo Horizonte e apresentamos testemunhas que confirmaram o ocorrido”, esclarece Jurandir.

JORNALISTA DEFENSOR DO MEIO AMBIENTE

A atuação do jornalista em grupos e movimentos sociais em defesa dos direitos humanos, tanto como profissional da comunicação, mas também como cidadão, tornou Jurandir um alvo fácil para ameaças contra a sua integridade física e seu patrimônio, conforme relato à equipe técnica do PPDDH-MG.

Depois de anos dedicados ao jornalismo e já aposentado, Jurandir adquiriu um Sítio Ecológico, no município de Rio Acima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Embora já figurasse como defensor do meio ambiente em ações de preservação ambiental, como apoiador das atividades do projeto Manuelzão, e dezenas de reportagens sobre as questões ambientais de Minas Gerais no que se refere a mineração predatória, Persichini passou a defender o Rio das Velhas, a Estrada Real e os recursos naturais da região, local onde seu sítio está situado. É no contexto de violência contra a sua propriedade e bens naturais que a compõem que o jornalista, agora cada vez mais ativista ambiental, solicita a sua entrada ao PPDDH-MG, em 2017. Contudo, depois de cinco anos de acompanhamento, o sítio continua a ser alvo de furtos, roubos e incêndios das áreas limítrofes.

Mesmo após várias violações ao patrimônio e de denúncias às autoridades policiais, Jurandir continua na luta pela proteção ambiental do território e sabe que a sua permanência por lá é uma forma de impedir a ação de grileiros e empresas de mineração que querem acabar com o pouco que restou da fauna e flora . O sítio pode se tornar uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) e o processo de registro está em andamento. O RPPN tem por objetivo preservar a diversidade biológica e reconhecer a posse de domínio privado.

“Notadamente há mais de cinco décadas atuo em defesa do território ambiental na qual foi instalada a minha residência em favor da Mata Atlântica, do Rio das Velhas e de suas nascentes, córregos, trilhas ecológicas e em defesa da fauna e da flora na tentativa de preservar espécies nativas da ação de grileiros, mineradoras, empreiteiras e imobiliárias.”

Jurandir Persichini, jornalista e ativista ambiental

Em depoimento gravado (ver abaixo), Persichini mostra as instalações do sítio e se orgulha dos registros históricos sobre as cidades vizinhas de Rio Acima, como Raposos e Itabirito, realizadas como jornalista na juventude, além do relatório da Comissão da Verdade em Minas Gerais. 

Jornalista Jurandir Persichini fala sobre sua atuação em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos

POLÍTICA DE PROTEÇÃO AOS(AS) DEFENSORES(AS) E AS AMEAÇAS AOS PROFISSIONAIS DA IMPRENSA E AMBIENTALISTAS

O decreto nº 9.937 do governo federal, incorporou em julho de 2019, a nomenclatura oficial do Programa “Comunicadores” e “Ambientalistas”, e passou a se chamar Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas. Em Minas Gerais, curiosamente, ainda não houve proposição de projeto ou decreto estadual para a mudança de nome. De todo modo, o acolhimento do(a) defensor(a) é pautado pela sua trajetória e a violação de direitos pelo qual vivencia, sendo o nome, neste caso, algo burocrático, mas simbolicamente relevante.

A alteração da nomenclatura se deu, principalmente, por causa do aumento das ameaças aos profissionais da imprensa e ambientalistas. A postura e a atitude sempre agressiva do atual Presidente da República contra jornalistas, por exemplo, segundo relatórios da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) preocupa as entidades. Só em 2021, o Brasil registrou uma média de três ataques a jornalistas por semana. O número de vítimas aumentou 21% de 189 para 230 profissionais, segundo o relatório “Violações à Liberdade de Expressão”, produzido pela Abert.

Em relação aos ambientalistas, até 2019, segundo o site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), responsável pela execução do PPDDH, atendeu 665 pessoas em todo país, sendo mais da metade casos referentes a militância em defesa dos povos indígenas, quilombolas, ambientalistas e ligados aos conflitos por terra. A alta incidência desses casos, notadamente, contribuiu para a inclusão da nova nomenclatura.

Em Minas Gerais, Jurandir é o único profissional de imprensa atendido no PPDDH-MG em 10 anos de execução do programa. Sua entrada não se dá pela atuação como jornalista, especificamente, mas em razão da sua luta incondicional pelo meio ambiente e sua trajetória como ativista dos direitos humanos. Entre os mais de 80 casos ativos no Programa até março de 2022, não há casos de jornalistas incluídos em função da sua atuação profissional como comunicador(a). Tal fato revela uma contradição, já que os índices de violência contra os profissionais de imprensa têm crescido nos últimos três anos.  Quanto aos defensores(as) ambientalistas, estes representam quase 20% do universo de casos atendidos pelo PPDDH em Minas Gerais na atualidade.

O Instituto DH por meio do PPDDH-MG parabeniza todos os(as) profissionais da imprensa na pessoa do Jurandir Persichini, lutador incansável pelos direitos humanos e ativista ambiental. Que a luta dele possa inspirar outras(as) jovens jornalistas a trilhar o caminho da justiça social, na defesa da liberdade de expressão e contra a censura.

Nota de Repúdio e Denúncia ao ataque de hackers em oficina virtual

O Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania vem a público denunciar e manifestar VEEMENTE REPÚDIO à invasão de hackers pró-Bolsonaro na sala virtual do evento “Oficina Estadual Virtual do Projeto Sementes de Proteção: defendendo vidas”, realizada quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022, por volta das 20 horas. O encontro tinha como intuito promover discussões sobre a redes de proteção popular em tempos de crise com defensores/as de direitos humanos.

O ataque foi marcado por interferências nos microfones do(a)s convidado(a)s e projeção de vídeos de pessoas trajadas com uniformes militares e com armas de guerra, sons de pornografia, textos com xingamentos homofóbicos, além de palavras de baixo calão e dizeres a favor da reeleição do Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Tal ataque impossibilitou a realização do evento na sala inicial, tendo sido retomado em outra.

A programação foi interrompida quando a Oficina recebia mais de 60 pessoas entre as quais estavam: defensore(a)s, ativistas, militantes, gestore(a)s e profissionais das políticas de proteção, além de profissionais da segurança pública e de entidades da sociedade civil e do poder público que atuam em defesa dos direitos humanos em diversos cantos do país.

O Instituto DH entende que o ataque possui caráter político, uma vez que as ações dos hackers tinham como objetivo defender posições preconceituosas e que afrontam a política de direitos humanos que amplamente tem espaço nos discursos realizados pelo presidente Jair Bolsonaro e que amplificam diversas ações de violações de direitos humanos.

A ação será denunciada às autoridades policiais competentes como forma de pressionar as investigações e a responsabilização do(a)s envolvido(a)s. O encontro foi amplamente registrado pela entidade e participantes.

Nós, profissionais do Instituto DH e do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH-MG), bem como do Projeto Sementes de Proteção, nos solidarizamos com todas as pessoas atingidas por essa agressão ao mesmo tempo em que reiteramos o nosso compromisso por uma sociedade mais igualitária na qual os direitos humanos sejam o patamar da verdadeira luta por dignidade.

O Instituto DH entende, ainda, que ataques dessa natureza às lideranças e defensore(a)s e lutadore(a)s participantes daquele debate é também um grave ataque à democracia e à liberdade de expressão na luta por direitos humanos.

Sigamos na luta por todos os direitos para todas e todos.

Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 2022

Instituto DH

Comunidade Quilombola de Croatá sofre com a cheia do rio São Francisco e são expulsos do território pela Polícia Militar e fazendeiro da região

Após representantes de Walter Arantes e seus jagunços expulsarem a comunidade de dentro do território, quilombolas acamparam do lado de fora, local onde os animais da comunidades já estavam. Fonte: Comunidade Tradicional Quilombola de Croatá

Os moradores da Comunidade Tradicional Quilombola, Pesqueira e Vazanteira de Croatá, da região de Januária, norte de Minas Gerais, começaram o ano de 2022 vivenciando os efeitos das enchentes no rio São Francisco devido às fortes chuvas e as ações intimidatórias do fazendeiro da região.

Após terem que se deslocar para regiões mais altas do território, os comunitários foram expulsos pela terceira vez por jagunços de fazendeiro e pela Polícia Militar do seu próprio território, no dia 05 de fevereiro. Toda a ação ocorreu momentos antes da montagem do novo acampamento em local que tinham a posse, uma vez que já realizavam a criação de animais de grande porte e cultivo de hortaliças para o próprio sustento até que as ações de despego foram executadas.

Na ocasião, após intensa negociação junto aos policiais, dois moradores da comunidade foram conduzidos ao Batalhão para o registro de ocorrência. Ambos, atendidos pelo Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PPDDH-MG), assinaram um Termo de Compromisso de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, marcado para o dia 27 de abril de 2022.

Enquanto isso, a Polícia Militar continuou a vigília das famílias e um caminhão do fazendeiro foi deslocado até o local para retirada dos moradores do acampamento. Temendo que o conflito ficasse violento, de forma coletiva, a comunidade decidiu ceder à pressão armada militar que arbitrariamente os expulsaram – mais uma vez, sem ordem de despejo e sob influência do “gerente” da fazenda – mulheres, homens, crianças e idosos, do seu próprio território tradicional.

Além de fugir das enchentes, a escolha do local para o acampamento não foi por acaso. Com o anúncio de retorno das crianças às aulas presenciais, os pais e responsáveis decidiram buscar a melhor localização para facilitar o acesso das crianças ao transporte escolar e outros serviços básicos, como proteção e saúde. No entanto, ao expulsar a comunidade, a polícia ainda ameaçou chamar o Conselho Tutelar, alegando que as famílias estariam com os menores ao relento.

Diante dessa situação de injustiça, as crianças foram encaminhadas para a casa de parentes, mas os demais moradores continuam acampados e aguardam providências das autoridades responsáveis, uma vez que no entendimento da comunidade, não cabe a Polícia Militar de Januária, atuar nesse caso, uma vez que não tem a devida competência legal.

Nesse sentido, a atuação arbitrária da Polícia Militar em conjunto com latifundiários tem sido uma ação recorrente no histórico das comunidades tradicionais quilombolas e, em Croatá, não é diferente. Os atores têm atuado com o apoio do Estado via agentes da segurança pública, no sentido de criminalizar as famílias como “invasoras” de terras, mas que apenas desejam viver com dignidade e seguindo seus modos de vida no seu território de origem, tendo, portanto, seu direito à moradia garantido.

SITUAÇÃO DAS FAMÍLIAS QUILOMBOLAS  

Pátio da residência de família tradicional Quilombola, Vazanteira e Pesqueira de Croatá em Januária, durante a cheia do Rio São Francisco, em Januária, fevereiro de 2022. Fonte: Comunidade Tradicional Quilombola de Croatá

Em função das chuvas intensas em todo o estado de Minas Gerais neste início de 2022, a Comunidade Tradicional Quilombola, Vazanteira e Pesqueira de Croatá encontra-se totalmente alagada, uma vez que o território faz parte da vazante do rio São Francisco e em tempos de cheia as águas sobem repentinamente.

Segundo os moradores, a cheia desse ano é pior desde a década de 80, quando a comunidade também sofreu os efeitos das enchentes, e consequentemente, teve suas terras invadidas logo em seguida, também por fazendeiros.

No momento, as famílias quilombolas encontram-se assentadas num ponto próximo à rodovia na região em barracos de lona aguardando as águas recuarem. O município tem dado o suporte básico com alguns suprimentos, mas os quilombolas afirmam que a Defesa Civil do município recusou a enviar o carro de abastecimento de água por julgar que a situação era de caráter privado e envolvia conflito com fazendeiro. Depois de várias denúncias dos quilombolas nas redes sociais, a Prefeitura regularizou o atendimento.

As lideranças quilombolas consideram a situação vivenciada humilhante. “Ter que ficar de fora do seu próprio território, exposto as pessoas que passam pela rodovia, com xingamentos preconceituosos e com risco de alguém nos agredir é uma situação horrível. Hoje eu sinto a dor do meu avô que morreu e teve as terras do Quilombo do Rio do Peixe disputadas no tiro”, relata liderança em entrevista. Hoje o Quilombo do Rio do Peixe, que pertencia ao avô de uma das quilombolas, pertence ao Walter Arantes, fazendeiro conhecido na região pelas disputas e apropriação das terras tradicionais quilombolas.

MESA DE DIÁLOGO

Temendo que o conflito pudesse resultar em ações violentas, o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) e outras entidades de apoio, como o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), solicitaram as autoridades do estado a realização da Mesa de Diálogo, instância criada para mediar e solucionar conflitos de natureza socioambiental e fundiária.

Cerca de 15 dias após a realização da Mesa com a presença de diversas autoridades da Justiça como a Defensoria Pública, Ministério Público; representantes do município de Januária; profissionais de órgãos ambientais e de regularização fundiária; além das partes envolvidas no conflito – a Comunidade Quilombola de Croatá recebeu mais um processo do fazendeiro Walter Arantes, alegando porte de armas por parte dos comunitários.

Tal processo reflete a posição irredutível de Walter Arantes e seus advogados durante a Mesa de Diálogo, marcada por falas racistas e que tem por objetivo desqualificar a Comunidade Tradicional na tentativa também de criminalizá-los como invasores do território que por direito, cultura e tradição os pertencem. Também, para uma das lideranças quilombolas, a Mesa de Diálogo provou que Walter e seus advogados não querem diálogo.

A LUTA PELO TERRITÓRIO TRADICIONAL

Mapa da Cartografia Social do território da Comunidade Quilombola Pesqueira e Vazanteira de Croatá. Fonte: Comunidade Tradicional Quilombola de Croatá

A Comunidade Quilombola Tradicional, Vazanteira e Pesqueira de Croatá tem suas origens às margens do rio São Francisco.

Parte de suas terras pertencem à União e o processo de demarcação do território não foi finalizado. No entanto, a Comunidade é certificada pela Fundação Palmares como Comunidade Remanescente de Quilombo e mantém processo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que contém o relatório antropológico, elaborado pelo Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA), da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) e com registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

O relatório antropológico é o primeiro passo para emissão do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), que se mantém totalmente paralisado devido à política de governo de total exclusão da temática e perseguição declarada aos povos tradicionais, resultando em cortes orçamentários que inviabilizam a continuidade do processo, resultando em conflitos como da Comunidade Quilombola de Croatá e latifundiários como Walter Arantes.  

A luta pela regularização do território do Croatá vem desde 2013, junto à Secretária de Patrimônio da União (SPU), que chegou a emitir uma nota técnica declarando a área indubitável da União. No Incra, o processo de regularização do território quilombola tramita desde 2018.

Na região, o conflito com o fazendeiro, latifundiário, empresário, dono das redes de supermercados EPA, Mineirão e BH, Walter Arantes é marcadamente direcionada à criminalização das comunidades quilombolas visando, inclusive, ampliar as cercas de sua propriedade para terras públicas da União, terrenos marginais do rio São Francisco e áreas reconhecidamente quilombolas, mas que por morosidade e omissão do Estado ainda não possuem o título oficial do processo de regularização do território tradicional.

Na Justiça, dois processos de reintegração de posse já foram movidos pelo proprietário na tentativa de intimidar a comunidade de Croatá. Além disso, a Polícia Militar da região atua descaradamente em favor de Walter Arantes, agindo na maioria das vezes como “seguranças particulares” da propriedade do fazendeiro, mesmo com os processos tramitando na esfera federal. Este posicionamento, inclusive, foi fortemente criticado pelas autoridades da justiça durante a Mesa de Diálogo.

Sendo assim, a percepção é que a Polícia Militar, ao atender o fazendeiro, desconhecendo os direitos das comunidades e a existência dos processos envolvendo uma dos maiores latifundiários do Estado de Minas Gerais (preso na Operação Lava Jato), ao invés de conduzir a situação pela proteção e direitos dos cidadãos, age em prol de interesses privados.

De acordo com o boletim de ocorrência, mesmo os policiais tendo escutado e registrado que os animais da comunidade estavam na área de posse da comunidade, resolveram atender a demanda do fazendeiro expulsando os quilombolas que somente fugiam das enchentes e das chuvas.

COMUNIDADES TRADICIONAIS QUILOMBOLAS E AS AMEAÇAS AOS SEUS MODOS DE VIDA

A região do Norte de Minas, em específico, nas Barrancas do Rio São Francisco é marcada por uma longa história de expulsão de povos tradicionais e grilagem institucionalizada de terras da União.

O estilo de vida de seus antepassados, com profundos vínculos territoriais que incluem áreas vazanteiras (alagáveis, com lagoas marginais, berçários de peixes do rio São Francisco), sempre esteve ameaçado por grileiros, que, desde o tempo de antigos, utilizam da força bruta e das relações institucionais para expulsar os povos tradicionais originais destes territórios.

Por alguns anos, parte desse povo resistiu nas periferias das cidades, mas, o sustento, comida e trabalho sempre esteve atrelado ao rio e a essas áreas de vazantes. Atualmente o contexto de ataques aos direitos dos povos tradicionais têm cada vez mais diminuído as ações institucionais para regularização das terras tradicionais. Tal cenário tem gerado violência local que se manifesta em ameaças por funcionários do fazendeiro e grileiros que se espalham no Norte de Minas Gerais.

ATUAÇÃO DO PPDDH-MG E ENTIDADES PARCEIRAS

O Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH-MG), executado pelo Instituto DH, por meio de sua equipe técnica, vem acompanhando as diversas situações de violação de direitos vivenciadas pela Comunidade Tradicional Quilombola desde 2017.

A proposta do PPDDH-MG é acionar a rede de proteção do município e do Estado – sociedade civil, poder público e judiciário – com o objetivo de mediar e acionar mecanismos e instâncias institucionais para promover a aplicação e execução das políticas públicas para pessoas e comunidades que sofrem sistematicamente violações de direitos humanos.

No contexto da Comunidade Tradicional Quilombola de Croatá, o PPDDH-MG, tem intensificado as denúncias dos quilombolas no que tange a demora do processo de regularização do território e as constantes ameaças vivenciadas pelos defensores. Além disso, a equipe realiza o acompanhamento jurídico e das ações de proteção realizadas pelos órgãos de saúde, educação e assistência social.

Várias entidades locais atuam no sentido de dar visibilidade e apoio institucional à situação da Comunidade de Croatá, entre elas, o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), a Associação Comunitária Quilombola Pesqueira e Vazanteira Croatá (ACQPVC) e Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil. Como encaminhamento de apoio, serão realizadas diversas ações de comunicação para ampliar o debate sobre a necessidade e a importância de regularização dos territórios quilombolas por toda Minas Gerais e o país.

Por Assessoria de Comunicação PPDDH-MG

18 de de fevereiro de 2022

Nota de Pesar: Tilden Santiago

O Instituto DH está em luto.

Morreu, aos 81 anos, vítima de complicações da Covid, o ex-deputado federal, jornalista, professor e embaixador do Brasil em Cuba durante o primeiro governo Lula, Tilden Santiago.

Tilden dedicou sua vida a luta política e foi preso duas vezes durante a ditadura militar. Natural de Nova Era, integrou a Ação Libertador Nacional (ALN), movimento de resistência ao golpe de 64 e foi uma dos fundadores do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Durante sua trajetória, Tilden ajudou a construir alicerces profundos para a defesa dos direitos humanos em Minas Gerais e todo o Brasil.

O Instituto DH e toda sua equipe de colaboradores lamentam profundamente a partida e deseja os mais sinceros sentimentos aos amigos e familiares.

Tilden Santiago, presente.

Instituto DH suspende atividades presenciais em função da Covid-19

Colaboradores de projetos testaram positivo na última semana.

O Instituto DH Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania, comunica a todos e todas que em razão da alta proliferação de COVID-19, sobretudo em função da variante ÔMICRON, infelizmente alguns dos nossos colaboradores de projetos testaram positivo.

Por causa disso, como medida de prevenção ao contágio e enfrentamento da emergência em saúde e também visando resguardar todos os associados, colaboradores, parceiros e fornecedores, a Diretoria do Instituto DH determinou a suspensão das suas atividades presenciais por 5 (cinco) dias, contados a partir 12/01/2022, quarta-feira. As atividades retornarão ao normal no próximo dia 17.01.2022, segunda-feira.


Diretoria do Instituto DH, 12 de janeiro de 2022

MNDH-MG homenageia ativistas, profissionais e entidades que se destacaram na defesa dos Direitos Humanos no cenário de pandemia de Covid-19, nesta sexta, 10/12

O Instituto DH e seus profissionais serão homenageados

O Movimento Nacional de Direitos HumanosMinas Gerais (MNDH-MG) – promoverá no dia 10 de dezembro de 2021, das 16h às 20h, no Armazém do Campo, a solenidade “Dia Internacional dos Direitos Humanos: novos cenários, desafios e perspectivas” para a entrega do Certificado de Homenagem e Reconhecimento a atuação de cidadãos, entidades e profissionais das mais diversas áreas na defesa dos direitos humanos e da democracia em contexto de retrocessos políticos e sociais no cenário da pandemia de Covid-19. O Instituto DH e seus profissionais serão homenageados.

A ideia do evento é celebrar o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dar visibilidade à atuação de atores sociais que foram imprescindíveis neste período marcado pela grave violação de direitos humanos no governo atual. Além disso, a ideia é que os participantes possam de forma coletiva traçar uma painel com os desafios e perspectivas que permita a continuidade da militância por direitos sociais básicos cada vez mais prejudicados pela política de criminalização dos direitos humanos. 

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

A solenidade terá a presença de autoridades políticas – deputadas e deputados estaduais e federais, assim como de ex-ministros de Direitos Humanos – o ministro Nilmário Miranda e a ex-ministra, Nilma Lino. Serão homenageadas mais de 100 pessoas, além de entidades do terceiro setor, movimentos e coletivos organizados, profissionais da comunicação e da saúde, parlamentares, ativistas de diversas áreas – comunidades tradicionais quilombolas, indígenas, de defesa das pessoas LGBTQIA + e muitos outros.  

Além da entrega do Certificado de Homenagem e Reconhecimento, os convidados e convidadas farão um debate sobre o painel de desafios e perspectivas que será preenchido na chegada ao local da solenidade. A proposta é que seja elaborado um documento orientador para as organizações sociais e ativistas como forma de incentivar e cobrar ações e políticas públicas efetivas do poder público no enfrentamento às desigualdades sociais e a promoção da cidadania e direitos humanos. 

Na oportunidade, será lançada também a campanha para atualização e filiação de entidades ao MNDH-MG, assim como a entrega dos certificados às entidades filiadas.  O evento será transmitido pelo facebook do MNDH-MG a partir das 16h com término previsto para 20h. O formato será híbrido com participações no presencial e virtual. 

PROGRAMAÇÃO RESUMIDA

HORÁRIOATIVIDADE
16hAcolhida e recepção dos(as) convidados (as)
16h10Apresentações culturais
16h30Abertura Institucional (discurso das representações presentes)
17hSolenidade de entrega aos homenageados
18hApresentação do Painel: cenário, desafios e perspectivas para os Direitos Humanos na conjuntura atual
18h30Lançamento da campanha de atualização e filiação de entidades ao MNDH Minas
19h30Plenária: inscrições para os presentes fazerem denúncias e discursos sobre aos desafios e perspectivas da atuação em Direitos Humanos no Brasil

SOBRE O MNDH-MG 

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) é um grupo organizado pela sociedade civil desde 1982, sem fins lucrativos, democrático, suprapartidário, atuante em todo território brasileiro em forma de rede colaborativa com mais de 400 entidades filiadas. Atualmente, o MNDH constitui-se na principal articulação nacional na luta e promoção dos direitos humanos no Brasil. 

HOMENAGEM AO INSTITUTO DH

Com mais de uma década de existência, o Instituto DH, na pessoa do sócio-fundador da entidade, o professor universitário e ex-diretor da organização, João Batista Moreira Pinto, e a coordenadora do Programa de Proteção às Defensoras e Defensores de Direitos Humanos de Minas Gerais (PPDDH-MG), a advogada, Maria Emília Silva, serão homenageados na solenidade. 

Atualmente, além do PPDDH-MG, o Instituto DH é responsável também pela execução do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), responsável pelo enfrentamento da letalidade infantojuvenil, instituido oficialmente em 2007 por decreto. O Programa tem como objetivo proteger a vida de crianças e adolescentes com ênfase na proteção integral e na convivência familiar. 

MAIS SOBRE O INSTITUTO DH: https://institutodh.org/pagina-exemplo-5/

SERVIÇO: 

Data: 10 de dezembro de 2021, sexta-feira

Horário: 16h às 20h (presencial/virtual)

Local: Armazém do Campo Produto da Terra, Av. Augusto de Lima, 2136 – Barro Preto (Belo Horizonte)

Transmissão: página do facebook MNDH-MG

Realização: MNDH-MG com apoio de profissionais e entidades filiadas